sábado, 21 de novembro de 2020

ARTEMÍSIA: DESCENDENTE DAS ICAMIABAS AMAZÔNICAS

 ARTEMÍSIA

Já conhece a descendente das guerreiras amazônicas?

Em 2018, Artemísia, descendente direta das Icamiabas, estreou nas HQs nacionais

Imagem ilustrativa da notícia Já conhece a descendente das guerreiras amazônicas?

 | Ton Lima
POR DOL - terça-feira, 27/10/2020

No último dia 15, a DC Comics anunciou que sua nova saga DC Future State contará com uma Mulher-Maravilha brasileira e natural da Amazônia, a qual denominaram de Yara Flor. No contexto nacional, por sua vez, desde 2018 temos uma protagonista de história em quadrinhos que é descendente das Icamiabas, as lendárias guerreiras amazônicas: trata-se de Artemísia, personagem criada por Francélia Pereira e ilustrada por Ton Lima.

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Quadrinhos relatam resistência dos Tupinambá contra a violência do Estado no sul da Bahia

 24/09/20 por Caê Vasconcelos

Os Donos da Terra traz sete episódios cobrindo o passado e o presenta da luta dos Tupinambá por autonomia e reconhecimento

Arte: Vitor Flynn

Há mais de 16 anos, indígenas Tupinambá lutam e resistem na aldeia Serra do Padeiro, na Terra Indígena Tupinambá de Olivença, no sul da Bahia. Constantemente ameaçados de morte e com seus direitos violados pelo Estado brasileiro, agora eles viraram história em quadrinhos.

Lançada no começo de setembro, a HQ Os Donos da Terra traz a coautoria de Daniela Fernandes Alarcon, doutora em Antropologia Social pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autora do livro O Retorno da Terra, Glicéria Jesus da Silva, liderança Tupinambá e professora no CEITSP (Colégio Estadual Indígena Tupinambá Serra do Padeiro), e Vitor Flynn Paciornik, quadrinista e ilustrador.

Os donos da terra - indígenas tupinambá
HQ Os Donos da Terra conta a história dos povos Tupinambá | Arte: Vitor Flynn

domingo, 20 de setembro de 2020

A resistência Tupinambá, agora em quadrinhos

 Os donos da terra aborda, na forma de HQ, episódios históricos e recentes da luta indígena no sul da Bahia. Em sete narrativas, viagem pela memória social, e cosmologia de um povo que está reconquistando, de modo autônomo, seu território ancestral

Por Thiago Domenici, na Agência Pública

As sete histórias retratadas nesta HQ colocam uma lupa na Serra do Padeiro, no sul da Bahia, região que revela uma resistência indígena que extrapola o local, muito mais ampla, que não se deixa abater, mesmo diante de um governo anti-indígena. “Desde que os Tupinambá da Serra do Padeiro e eu iniciamos nossa relação de pesquisa, há dez anos, temos experimentado diferentes linguagens para comunicar os dados e análises produzidos. Em 2016, o Vitor Flynn, que assina a arte do livro, publicou Xondaro, também pela Editora Elefante, debruçando-se sobre a mobilização dos Guarani Mbyá em São Paulo. A boa recepção do livro é um dos fatores que nos animou a produzir Os donos da terra. Com essas sete narrativas, procuramos navegar por aspectos da memória social, da territorialidade e da cosmologia tupinambá, reconstituindo lances da mobilização política recente e episódios mais recuados, contribuindo para a desconstrução da historiografia hegemônica e da memória oficial”, explica Daniela Alarcon, antropóloga e uma das autoras do livro junto com Vitor Flynn, quadrinista e ilustrador e Glicéria Jesus da Silva, mais conhecida como Glicéria Tupinambá, uma das lideranças da aldeia Serra do Padeiro.

Desde 2004, os Tupinambá vêm realizando ações diretas conhecidas como retomadas de terras, que se converteram na principal estratégia política do povo. O processo de demarcação da Terra Indígena Tupinambá de Olivença foi iniciado há mais de 16 anos e, mesmo comprovada a tradicionalidade da ocupação indígena e cumpridos todos os requisitos, ele ainda não foi concluído, violando-se reiteradamente os prazos legais. “Sob o atual governo, as tensões e violações pioraram muito”, explica Daniela. “Em janeiro de 2019, veio à tona um intrincado plano visando o assassinato do cacique Babau (Rosivaldo Ferreira da Silva, irmão de Glicéria) e de outros parentes. Em outubro do mesmo ano, tornou-se público que o presidente da Embratur estava fazendo lobby para a construção de um resort pelo grupo português Vila Galé em plena terra indígena. São só dois exemplos, mas, desde a eleição de Bolsonaro, o quadro só se deteriorou”, diz a antropóloga.

Na prática, a pesquisa de Daniela que deu origem ao roteiro da HQ enfatiza que a luta dos Tupinambá da Serra do Padeiro também é muito bem-sucedida. “Em minha pesquisa de doutorado, concluída em fevereiro deste ano, fiz um levantamento fundiário que mostra que, antes das primeiras retomadas de terras, os Tupinambá da Serra do Padeiro detinham menos de 10% da área que conforma a aldeia. Hoje, 95 ações de retomada depois, tendo recuperado cerca de 5 mil hectares, eles estão em posse de pouco menos de três quartos da extensão da aldeia. Na pesquisa, pude etnografar como numerosos parentes que estavam na diáspora, em função do esbulho, puderam finalmente retornar”, conta.

Na ponta dessa luta, está a outra autora do livro, Glicéria Tupinambá, que por sua atuação na luta pela terra, em 2010, foi encarcerada, junto a seu bebê de colo, o que suscitou veementes críticas de entidades do Brasil e do exterior. Em 2019, pronunciou-se na 40a Sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, denunciando as violações de direitos contra povos indígenas pelo Estado brasileiro. Glicéria é uma das lideranças da aldeia Serra do Padeiro e professora no Colégio Estadual Indígena Tupinambá Serra do Padeiro (CEITSP). Com Cristiane Julião, do povo Pankararu, dirigiu o documentário Voz das Mulheres Indígenas (2015), premiado pelo público do Festival Cine Kurumin em 2017. Ela enviou à Agência Pública o seguinte depoimento:

“Ser uma das autoras do livro, desenvolvendo a pesquisa junto à Daniela, significa realizar o sonho de minha mãe [Maria da Glória de Jesus]. Porque ela fala que as histórias da gente dariam um livro… Ela sempre falava que, se ela soubesse ler e escrever, ela escreveria nossas histórias. Nós somos uma família muito grande. E mainha sempre fez um esforço enorme para nós estudarmos, ela sempre lutou para que pudéssemos frequentar a escola [Glicéria está avançada na Licenciatura Intercultura Indígena no IFBA – campus Porto Seguro, pesquisando a revitalização da língua na aldeia e a reconstrução do manto de penas tupinambá].

É muito prazeroso acompanhar os pesquisadores que surgem aqui na aldeia, contar a nossa história, relatar a nossa luta. É muito prazeroso ver a nossa história impressa no papel. E ser coautora, assinar junto, é mais emocionante ainda. É uma parceria, uma junção de conhecimentos, de sensibilidades e entendimentos – e a sensibilidade de cada um é imensurável. É uma forma de mostrar o que sentimos e buscamos. Não tenho palavras para descrever a emoção que eu sinto ao ver essas narrativas tomando forma em imagens. Penso que o livro vai ter um retorno muito positivo, não só para a luta, mas para nós, em nosso dia a dia, em nossos estudos. No momento, eu estou escrevendo um livro infantil. Eu descobri que quero escrever.

O maior desafio para o nosso povo hoje é a conclusão do processo de demarcação do nosso território [Terra Indígena Tupinambá de Olivença]. Mesmo que o processo não tenha chegado ao fim, nós não paramos de trabalhar, de plantar, de cultivar a terra, cuidar das nossas crianças, da fauna e da flora, que precisam de defensores, do ambiente. É isso que nos fortalece, que nos mantém em pé e nos dá saúde. Quando nós cuidamos da nossa mãe natureza, ela retorna para nós. Mesmo enfrentando todas as adversidades, nós fazemos esse processo no nosso território, mesmo enfrentando pressões, ameaças de morte, perseguições. Se você chegar à aldeia, vai ver a roça plantada de feijão, de milho, o pessoal arrancando mandioca, fazendo farinha, colhendo os pomares… A luta vale muito a pena. Não vamos desistir, mesmo que os desafios sejam maiores que a gente, porque os nossos encantados sempre estarão junto, nos guiando. Nós não lutamos por nós, nós lutamos por algo maior, nós lutamos para além de nós, para além das pessoas. A luta faz todo sentido quando você luta pelos encantados, pelo lugar sagrado, pela morada dos encantados. Nunca desistimos de defender a nossa história e defender o nosso povo, principalmente os encantados, porque eles nos põem de pé todos os dias.

Os impactos do livro já estão acontecendo. Quanto mais pessoas conhecerem a luta, mais pessoas se sensibilizarão pela causa e entenderão o que a gente está fazendo, o que pode nos ajudar a conseguir aliados, parceiros para a luta, dos quais precisamos cada dia mais. Quando a nossa história chega, é possível entender e desfazer os preconceitos. E essas histórias são as histórias de outras pessoas também – outras pessoas passaram e passam pelo que nós passamos. Elas vão poder se ver nas narrativas. Tem muito impacto ter esse livro publicado, saber que escolas terão acesso. Isso coloca outro lugar para os povos indígenas no Brasil. Não vai ver só aquela história de “era uma vez…”, “aqui existiam povos indígenas”, não vai ser no verbo passado, vai estar no verbo presente. As pessoas que tiverem esse livro nas mãos poderão ver a realidade que os povos indígenas vivem. Se você for para o Amazonas, o Mato Grosso, a Bahia, você vai ver povos indígenas sendo massacrados e lutando até os dias de hoje”.

A briga do arreal

A primeira HQ de Os donos da terra é a principal história do livro. Segundo Daniela, ela trata de um conflito em andamento, já que a exploração de areia “segue ocorrendo, violando os direitos tupinambá e piorando os impactos socioambientais”. Ao mesmo tempo, ela diz, “nos permitiu explorar dimensões históricas e cosmológicas da atuação política tupinambá, inserindo as ações recentes em uma temporalidade mais profunda”.

A publicação foi financiada por um edital específico para histórias em quadrinhos da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Entre as contrapartidas do projeto, está a distribuição gratuita de mil exemplares, contemplando todas as localidades da Terra Indígena Tupinambá de Olivença; todas as escolas estaduais indígenas da Bahia; todas as escolas municipais e estaduais de ensino fundamental e médio de Buerarema, Ilhéus, Itabuna, São José da Vitória e Una, municípios da região onde se situa o território tupinambá; e uma seleção de escolas públicas do município de São Paulo. A distribuição está sendo viabilizada pela Editora Elefante, com o apoio da Coordenação de Educação Escolar Indígena/Secretaria da Educação do Estado da Bahia, de lideranças do povo Tupinambá e apoiadores locais.

FONTE: OUTRAS MÍDIAS

sábado, 21 de março de 2020

Artista mineira lança série de light novels e HQs que retratam lendas indígenas

 Série explora lendas tradicionais da Amazônia em cenários que misturam os gêneros de fantasia e ficção científica



light_novels_F12DF58E-4910-4AB8-ADA8-BEB1F3DD3CB1.JPGFoto: Divulgação
 
05/03/2020

Com o fim de valorizar os mitos de povos originários do Brasil, a mineira Francélia Pereira criou a série de light novels de fantasia “Habitantes do Cosmo”, que explora diversos mitos, como a da lenda indígena das Icamiabas, guerreiras da Amazônia. O quarto livro da série, “Indrajeet”, está previsto para lançamento no segundo semestre deste ano.

A premissa da série envolve explorar lendas tradicionais em cenários que misturam os gêneros de fantasia e ficção científica. Cada livro amplia o universo da obra, contando com histórias interdependentes, que podem ser lidas individualmente, mas que fazem parte do mesmo cenário.

quinta-feira, 19 de março de 2020

HQ de guardiões da floresta Amazônica lança campanha para lançar edição de luxo

 por: Gabriela Glette

campanha hq amazônidas 1

Para compreender a complexa história do Brasil, é preciso em primeiro lugar ter consciência de que este imenso país era habitado por povos indígenas muito antes de ser “descoberto” por Pedro Álvares Cabral. Os milhões de índios que viviam aqui, não somente honravam a terra, como eram os guardiões da floresta. Foi por isto que em 2017, um grupo de artistas da Geek 137, lançou a HQ Amazônida, transformando figuras mitológicas indígenas em guerreiros da Floresta Amazônica. Recentemente, o grupo lançou uma campanha de financiamento coletivo no Catarse para o lançamento de uma edição luxuosa com material inédito.

“Amazônidas: Guardiões das Florestas” traz a história do índio Anhangá, um defensor da floresta rejeitado por sua própria tribo. Na história, ele é albino devido à descendência divina e por isto foi isolado de sua tribo quando criança, criado pelo Pajé. Anos depois, ele retorna como grande guerreiro para enfrentar monstros da floresta, espíritos do mal, tribos rivais e até mesmo o preconceito dos homens.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

HQ transforma figuras mitológicas amazônicas em guardiões da floresta

HQ traz a história do índio Anhangá, um defensor da floresta, rejeitado por sua própria tribo

Com informações da assessoria / redacao@diarioam.com.br

Publicado em 18 de dezembro de 2019 

Manaus – Uma história em quadrinhos (HQ) produzida por artistas da House 137 Studio transformou figuras mitológicas indígenas em personagens centrais da obra “Amazônidas: Guardiões das Florestas”. O projeto foi contemplado por meio do edital de Conexões Culturais 2017, da Prefeitura de Manaus, e traz a história do índio Anhangá, um defensor da floresta rejeitado por sua própria tribo.

O studio distribuiu 480 exemplares em escolas públicas de Manaus (Foto: Reprodução)

Ademar Vieira e Paulo Teles Yonami assinam o roteiro da obra, com argumento e letras de Yonami. “Amazônidas” conta ainda com desenhos de Thiago Vale, arte final de Emanuel Braga e cores de Marcos Martins, em uma produção da House 137.

“Os desenhos estão muito legais, acredito que o público irá curtir. Nós fizemos um apanhado, organizamos referências, não apenas da cultura indígena, mas também do cristianismo, com a Divina Comédia, obra de Dante Alighieri, para auxiliar na estrutura da trama do livro e o resultado final ficou muito, muito legal mesmo”, explicou Yonami.

Na manhã desta quarta-feira (18), a House 137 promoveu uma exposição no Kalena Café, zona Centro-Sul, com páginas de “Amazônidas”. Quem compareceu ao local ganhou um exemplar da HQ. A iniciativa foi em contrapartida ao apoio da Prefeitura de Manaus.

Além disso, ainda em contrapartida, o studio distribuiu 480 exemplares em escolas públicas de Manaus. Quem tiver interesse em adquirir uma HQ de “Amazônidas: Guardiões das Florestas” pode entrar em contato com o studio por meio da rede social Instagram: @house_137.

Fonte: D24am.